segunda-feira, 30 de novembro de 2009

ESPECIAL QUALIDADE DE VIDA: São Caetano





POR ANA MUNIZ

Quando se pergunta qual a melhor cidade brasileira para se viver, alguns logo pensam em uma praia maravilhosa, outros imaginam uma charmosa vila na montanha. Mas, analisando-se uma série de indicadores, a cidade com melhores condições de vida é São Caetano do Sul, na Região Metropolitana de SP. Em 2º lugar, figura a pequena estância Águas de São Pedro, perto de Piracicaba.
O grau de desenvolvimento de um país ou cidade é definido pelo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), criado para medir o avanço das condições de vida nos países. O IDH é aferido com base em 3 indicadores: educação (alfabetização e taxa de matrícula), longevidade (expectativa de vida ao nascer) e renda (PIB per capita). Os valores variam de 0 (nenhum desenvolvimento humano) a 1 (desenvolvimento humano total). Países com IDH até 0,499 são considerados de desenvolvimento humano baixo; aqueles que têm índices entre 0,500 e 0,799 são os de desenvolvimento humano médio; com números maiores que 0,800 são os que possuem desenvolvimento alto.
O IDH foi criado pelo economista paquistanês Mahbub ul Haq com a colaboração do indiano Amartya Sen, ganhador do Prêmio Nobel de Economia de 1 998. Desde 1 990, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) publica anualmente um ranking com a posição de mais de 100 países. No Brasil, ele deu origem ao Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M), que mede a situação em menor escala, município por município. “O IDH trouxe uma nova visão de desenvolvimento, pois só o crescimento econômico não garante o crescimento de um país. Tem de levar em conta as melhoras na educação e na saúde”, diz Jean Bernardini, oficial de coordenação do sistema das Nações Unidas no Brasil.
Um dos motivos que apontam São Caetano como a melhor cidade do Brasil para se viver, com 0,919 de IDH, é a longevidade, com esperança de vida de 78,2 anos. O município tem ainda uma das menores taxas de analfabetismo do país (menos de 1%) e 100% de infra-estrutura (água, luz e esgoto). Com 140.159 habitantes, tem desenvolvimento humano equivalente ao de uma cidade do primeiro mundo, como Wellington, na Nova Zelândia. Já Águas de São Pedro, tem IDH de 0,908 por conta da alta renda familiar média. Outro fator que ajudou na boa posição da cidade é a esperança de vida de 77,4 anos, seguida pela educação com média de ensino de 8 anos. A cidade tem também 100% de taxa de urbanização e residências com instalações adequadas de esgoto e água tratada. Ainda entre as cidades do Estado de São Paulo bem colocadas no ranking brasileiro, vale citar Ribeirão Preto, que aparece na 21ª posição, com IDH de 0,855 por conta da educação. A cidade, de 504.923 habitantes, tem 97% de freqüência escolar entre 7 a 14 anos. Santana do Parnaíba ocupa a 23ª posição, com IDH de 0,853. Logo atrás vem Campinas, na 24ª colocação, com IDH de 0,852. Com IDH de 0,849, São José dos Campos, está na 37ª posição por causa de seus altos investimentos na área social e na educação.

BRASIL É O 69º MELHOR PAÍS
Com 0,792 de IDH, o Brasil ocupa o 69º lugar no ranking mundial, que inclui 177 países. Ao contrário do que muita gente pensa, os EUA não são o primeiro colocado, estão apenas na 8ª posição, com um IDH de 0,948. O primeiríssimo lugar da lista em desenvolvimento humano é da Noruega, que tem um IDH de 0,965. Com expectativa de vida de 78,9 anos, o principal motivo da excelente colocação do país é a combinação de população pequena (4,64 milhões de habitantes) e PIB per capita elevado (média de 52 600 euros). Na segunda
posição, está a Islândia, com 0,960 de IDH, e, na terceira, a Austrália, com 0,957. O Japão aparece no 7º lugar, com IDH de 0,949. A Nigéria está em último lugar, com o pior índice de desenvolvimento humano: 0,311. Entre os países da América Latina e do Caribe, 13 apresentam desempenho superior ao brasileiro, como o México (53º colocação, com IDH de 0,821), Cuba (50º, com IDH de 0,826), Uruguai (43º, com IDH de 0,851) e Argentina (36º com IDH de 0,863).
Mas a posição do Brasil pode mudar, já que até o fim deste ano será divulgado um novo ranking e a evolução dos indicadores aqui tem sido maior do que em outros países. Entre os estados do Brasil, São Paulo ocupa a 3ª colocação no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano, com 0,820. A primeira posição é do Distrito Federal, com 0,844. O segundo lugar é de Santa Catarina, com 0,822. Outra pesquisa coloca a cidade de São Paulo em 62ºlugar entre 71 pesquisadas.
O levantamento foi feito por economistas ambientais da Universidade da Califórnia
e teve como base principalmente a “saúde ambiental” das localidades, aferida levando em conta a qualidade do ar, da água e indicadores como a mortalidade infantil, a expectativa de vida e as taxas de incidência de algumas doenças. Segundo esse ranking, divulgado recentemente pela revista Readers Digest, a liderança é de Estocolmo, na Suécia, e o segundo lugar é de Oslo, na Noruega. A Alemanha tem três cidades entre as dez melhores: Munique (3ª colocação), Frankfurt (5ª) e Stuttgart (6ª). Paris ficou em 4º lugar, e Nova York, em 15º.


AS CIDADES PAULISTAS NO TOPO DO RANKING DO IDH*
1º São Caetano do Sul
2º Águas de São Pedro
5º Santos
14º Jundiaí
15º Vinhedo
21º Ribeirão Preto
23º Santana de Parnaíba
24º Campinas
27º Saltinho
29º Ilha Solteira
37º São José dos Campos
38º Araçatuba
42º Paulínia
44º Presidente Prudente

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